...
Dai decidi que agora NÃO.
Ah, agora não.
Tudo de novo? N Ã O.
Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal
e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei
seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também.
E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo. E deletei você
de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos:
do lixo do computador. Foi quando PIOREI. Vi seu carro parado na
rua de trás e quebrei inteiro. Vi sua casa e ateei fogo. E vi você
andando na rua e te atropelei. E nada adiantou. Porque você é
antes de agora. Então voltei no mundo e deletei seu começo. E
deletei o mundo. E deletei a explosão cósmica.
E nada adiantou, nada, porque desejo se forma em um lugar que é
de onde somos também. Então eu teria que me deletar. E não
adiantaria de agora, tipo: “não existo! Valendo!”. Teria que ser
de antes. Mas complicou demais. E é por isso que escrevo isso da
sua sala iluminada pelo sol mais feliz de todos que é o sol do dia
seguinte quando ainda estamos no dia anterior.
A vida que ultrapassa a gente só porque esses pequenos momentos
de amor nos congelam dando uma falsa sensação de que pode ser
bom pra sempre.
Dai decidi que agora NÃO.
Ah, agora não.
Tudo de novo? N Ã O.
Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal
e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei
seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também.
E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo. E deletei você
de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos:
do lixo do computador. Foi quando PIOREI. Vi seu carro parado na
rua de trás e quebrei inteiro. Vi sua casa e ateei fogo. E vi você
andando na rua e te atropelei. E nada adiantou. Porque você é
antes de agora. Então voltei no mundo e deletei seu começo. E
deletei o mundo. E deletei a explosão cósmica.
E nada adiantou, nada, porque desejo se forma em um lugar que é
de onde somos também. Então eu teria que me deletar. E não
adiantaria de agora, tipo: “não existo! Valendo!”. Teria que ser
de antes. Mas complicou demais. E é por isso que escrevo isso da
sua sala iluminada pelo sol mais feliz de todos que é o sol do dia
seguinte quando ainda estamos no dia anterior.
A vida que ultrapassa a gente só porque esses pequenos momentos
de amor nos congelam dando uma falsa sensação de que pode ser
bom pra sempre.
Tati Bernardi
Nenhum comentário:
Postar um comentário